terça-feira, 22 de maio de 2007

Vamos falar de política?

Todos já sabem da ocupação dos estudantes da USP, mas acho que falta saber um pouquinho mais sobre os motivos que um estudante luta, ou não. Percebemos na aula da Marli o grande debate que criou entre interesse público vs. interesse privado.

Não só eu acho que é muito confortável ficar aqui criticando ou apoiando quem está lá e que podia estar em casa ,assistindo filme, ou se divertindo. Tudo bem que ninguém tem o direito de impedir entrada de alunos em sala mas também o direito de se manifestar deve ser respeitado. E, sinceramente, todos deviam lutar pelas reinvidicações. Acredito que todos aqui criticaram a prefeitura e as empresas de ônibus quando aumentaram o preço da passagem. Por acaso alguém aqui foi manifestar na frente da prefeitura ou tentar mobilizar outros estudantes para lutarem pelo mesmo direito que você tem de pagar um preço justo e terem qualidade??

E outra, o que adianta reclamar que perdeu o vôo depois que ele decolou??Vamos esperar instaurarem a censura pra querer falar?? Vamos esperar que Bush jogue uma bomba atômica no Iraque para dizer que ele não tinha o direito de fazer isso??É muito cômodo ficar sentado assistindo desenho enquanto Osama Bin Laden atira um de seus aviões ao World Trade Center.Se os EUA fossem mais diplomáticos com os muçulmanos e com o Iraque, será que isso teria acontecido??

Os estudantes da USP estão em seus plenos direitos de protesto, já que também pagam impostos e cumprem seu papel na cidadania. Eles criaram um blog da Ocupação (http://ocupacaousp.blog.terra.com.br/) e lá eles debatem e mostram os projetos e seus direitos. Vale a pena dar uma olhada e abrir um pouco a cabeça pra uma realidade que a gente não tá acostumado.

Não sejam manipulados pela mídia, procurem confirmar com fontes mais confiáveis pra formular seus pensamentos. E que o debate continue.

4 comentários:

Adriana Feder disse...

apoiada. eu já ia postar algo assim mesmo, mas o blog já estava criando teias de aranha.
Sendo futuros jornalistas, ta aí um exemplo da mídia que teremos que lutar contra. vemos que tudo é uma questão de como a história (não) é contada.
e analisar como a veja e a carta capital se posicionaram de modos opostos.
e de como a televisão chama de "vandalismo" a luta por autonomia. foram 2 mil pessoas na assembléia. 2 mil! não são meia dúzia de rebeldezinhos. e outra, minha amiga que foi lá contou que a única coisa quebrada foi uma vidraça, um pires e uma xícara.
faltou a metodista se posicionar a respeito, nao? até o mackenzie o fez. aliás, alguém aí sabe a utilidade do "nosso" centro academico além de promover festas? ou só pq nossa faculdade é particular a gente nao tem que se mobilizar? sigamos esse exemplo. (calma, nao disse pra ocuparmos a reitoria rsrs)
ainda escrevo um post a respeito.
vale a pena conferir o blog que a nina passou.
não sei como terminará essa história. só sei que ver gente politizada faz meus olhinhos brilharem.

Anônimo disse...

Caríssima colega, belo comentário! Entretanto faço algumas ressalvas:

Os alunos estão em seu direito quando se manifestam contra uma determinada ação do governo, mas perdem este direito quando tomam atitudes extremadas e impensadas.

Foi um ato de vandalismo SIM, mas eles conseguiram reverter essa situação em tempo hábil.
Os alunos que participaram desse ato de vandalismo devem ser julgados sim! pois a lei deve ser cumprida para TODOS.

Infelizmente, esse vandalismo recebeu conotações políticas e um pseudo-heroísmo por muitos estudantes de universidades públicas e também por alguns setores da sociedade. A politização extremada(refiro-me à ideologias) de um ato, é muito perigoso.

Espero que essa situação termine bem ( ou seja: pacificamente, com benefícios reais para as Universidades Públicas e, de preferência, sem nenhum ferido) e que os estudantes não saiam prejudicados (como sempre saímos).

Ainda acredito que há outras formas de se negociar e de melhorar o Ensino Público Superior no Brasil, formas diplomáticas e pacíficas sempre são formas mais inteligente. É uma pena que nem todos pensam assim e que nem todos tenham capacidade de negociar dessa forma.

Parabéns pela sua visão, espero ter contribuido de alguma forma o modo que você e seus colegas veêm o mundo.

Abraços

Bruno Bragatto
IA-Unesp

Nina Lofrese disse...

Agradeço ao Bruno por seu ponto de vista bem inteligente e ponderado.

Marília Calábria disse...

Infelizmente a mídia marginaliza e não reconhece o poder de renovação que uma boa parte da juventude brasileira tem.

Até porque é bem mais fácil colocar na cabeça de meia dúzia de "honeys" que esse lance de revolução,ocupação,tudo "ão" é coisa de esquerdista chato e desmancha prazeres.

O que podemos fazer a curto prazo é justamente nos mobilizar prá não ficarmos à mercê desse pensamento egoísta e medíocre...é ter autonomia,seja nas instituições de ensino,nas empresas estatais e principalmente na própria consciência.

Autonomia é ter identidade é saber o que é bom prá si e para o outro sem prejuízos.É assim que funciona,não é um pré-julgamento que vai fazer vc marginalizar uma assembléia de estudantes que estão de saco cheio com tamanho descaso público com a universidade.

_acho que falei merda,mas de qualquer maneira vou reinterando que a mídia está pensando de modo elitista e sensacionalista.[digamos que boa parte dela se surpreendeu com o teor dessa ocupação]